1 00:00:00,000 --> 00:00:06,000 Vivemos em um Universo de dimensões inimagináveis e de beleza quase inconcebível. 2 00:00:06,000 --> 00:00:14,000 Como é que a luz de estrelas, galáxias e nebulosas é transformada nessas imagens espetaculares que vêm nos inspirando há anos? 3 00:00:37,000 --> 00:00:39,000 Este é o Hubblecast! 4 00:00:39,000 --> 00:00:48,000 Notícias e imagens do Hubble Space Telescope da NASA/ESA. Viajando pelo tempo e espaço com nosso anfitrião "Dr. J", o Doutor Joe Liske. 5 00:00:49,000 --> 00:00:51,000 Bem-vindos ao Hubblecast! 6 00:00:51,000 --> 00:00:55,000 Você já ficou olhando para essas belas imagens do Hubble e pensando como elas são feitas? 7 00:00:55,000 --> 00:00:59,000 O que realmente acontece depois que a pálida luz de objetos distantes é detectada pelo Hubble? 8 00:00:59,000 --> 00:01:08,000 Como é que esses fótons cósmicos capturados no espaço se transformam em gloriosas imagens coloridas aqui em nossa parede ou na tela de nosso computador? 9 00:01:08,000 --> 00:01:14,000 Em uma noite límpida, quando olhamos para o céu, podemos ver a luz de milhares de estrelas. 10 00:01:14,000 --> 00:01:19,000 Nossos olhos são detectores fantásticos, mas na verdade são muito limitados. 11 00:01:19,000 --> 00:01:22,000 Eles não são sensíveis o bastante para penetrar muito longe no espaço. 12 00:01:22,000 --> 00:01:29,000 E também só podemos enxergar a luz visível, mas não o ultravioleta e o infravermelho, mas o Hubble pode. 13 00:01:29,000 --> 00:01:35,000 Eis o motivo pelo qual para os astrônomos profissionais o Hubble Space Telescope é uma ferramenta tão excitante para pesquisar o Universo. 14 00:01:36,000 --> 00:01:42,000 Na sua localização privilegiada, a 600 km acima da superfície da Terra, o Hubble é uma janela aberta para o Universo. 15 00:01:42,000 --> 00:01:48,000 O caminho para se produzir uma imagem Hubble começa quando a luz de um objeto distante parte de sua fonte em nossa direção. 16 00:01:48,000 --> 00:01:55,000 Após viajar por longas distâncias através do espaço, ela é capturada pelo Hubble, com o seu espelho de 2,4m de largura. 17 00:01:55,000 --> 00:02:05,000 A luz é então enviada a uma das várias câmeras do Hubble, onde os fótons são transformados em energia elétrica por um chip CCD muito semelhante àqueles das câmeras digitais. 18 00:02:05,000 --> 00:02:11,000 A câmara Advanced Camera for Surveys, por exemplo, contém mais de 16 milhões elementos pictóricos, ou pixels. 19 00:02:11,000 --> 00:02:15,000 Eles agem como minúsculos "baldes" para coletar a luz. 20 00:02:15,000 --> 00:02:23,000 A câmera então mede quanta luz foi capturada em cada balde (a carga dentro de cada pixel) e descodifica os dados em imagem. 21 00:02:23,000 --> 00:02:31,000 O resultado é então transmitido para a Terra na forma de uma série de números codificados que são arquivados nos Estados Unidos e Europa. 22 00:02:32,000 --> 00:02:38,000 As câmaras do Hubble fotografam o Universo através de vários filtros - como este. 23 00:02:40,000 --> 00:02:50,000 Eles selecionam comprimentos de onda luminosa específicos, que são característicos de diferentes processos químicos que podem estar ocorrendo em diferentes partes de distantes galáxias e nebulosas. 24 00:02:50,000 --> 00:02:56,000 Cada um dos filtros produz uma única imagem em escala de cinza, à qual então é atribuída uma cor. 25 00:02:56,000 --> 00:03:04,000 Esta cor é usualmente escolhida para corresponder mais ou menos exatamente à cor real do filtro, embora nem sempre ocorra assim. 26 00:03:04,000 --> 00:03:10,000 De todo modo, entre duas e seis dessas imagens são então combinadas para se criar a imagem colorida final. 27 00:03:11,000 --> 00:03:14,000 Vejam esta imagem das galáxias em colisão Antennae. 28 00:03:14,000 --> 00:03:22,000 O Hubble fotografou este par em colisão através de filtros vermelho, verde e azul, para revelar os diversos componentes das galáxias. 29 00:03:22,000 --> 00:03:33,000 Por exemplo, a luz vermelha vem de estrelas antigas e de hidrogênio gasoso incandescente, enquanto que a luz azul procede de violenta formação estelar ocasionada por colisões cósmicas. 30 00:03:33,000 --> 00:03:39,000 As imagens vermelha, verde e azul são então combinadas para criar a imagem final multicolorida. 31 00:03:41,000 --> 00:03:49,000 Um dos desafios na produção dessas imagens é que na natureza existe uma larga variação de brilho, desde objetos muito pálidos até muito brilhantes, 32 00:03:49,000 --> 00:03:56,000 e as imagens astronômicas são tão ricas em informação que nem nossos olhos nem telas de computador podem revelar todo o seu conteúdo. 33 00:03:56,000 --> 00:04:03,000 Pode ser difícil capturar a natureza em uma única imagem, e a maioria de nós encontra situações como as que vamos mostrar. 34 00:04:03,000 --> 00:04:06,000 Imagine tentar fotografar uma paisagem. 35 00:04:06,000 --> 00:04:14,000 Quando você fotografa, pode capturar ou as partes mais brilhantes da paisagem ou as mais escuras, mas raramente consegue registrar ambas ao mesmo tempo. 36 00:04:14,000 --> 00:04:22,000 O trabalho dos especialistas em imagem é comprimir este espectro de brilho de modo que possamos ver todas as nuanças. 37 00:04:24,000 --> 00:04:34,000 Os peritos usam o programa FITS Liberator, criado pela ESA, ESO e NASA para produzir uma imagem magnificamente rica, que pode ser interpretada pelos nossos olhos. 38 00:05:02,000 --> 00:05:08,000 Mas isso é o que veríamos se pudéssemos olhar através do Hubble diretamente? Bem, na verdade, não... 39 00:05:08,000 --> 00:05:14,000 Olhem esta imagem da galáxia do Cigarro. Isto é o que o Hubble vê dentro do espectro da luz visível. 40 00:05:14,000 --> 00:05:21,000 Nossos olhos não são sensíveis o bastante para detectar a pálida luz deste objeto distante mesmo quando olhando através de um telescópio. 41 00:05:21,000 --> 00:05:31,000 Os instrumentos do Hubble conseguem fazer isso porque podem permanecer coletando a luz por um longo período de tempo - e é isso o que nossos olhos não conseguem fazer. 42 00:05:32,000 --> 00:05:36,000 Além do mais, alguns telescópios podem "ver" comprimentos de onda que nossos olhos não podem. 43 00:05:36,000 --> 00:05:42,000 Esta imagem em múltiplos comprimentos de onda nos mostra muito mais do que nossos olhos ou qualquer telescópio individual poderiam ver. 44 00:05:42,000 --> 00:05:51,000 Partes desta imagem foram feitas com o observatório de raios-X Chandra X-ray Observatory, e partes com o telescópio de infravermelho Spitzer Space Telescope. 45 00:05:52,000 --> 00:05:57,000 Neste episódio vimos como são produzidas essas imagens que nos vêm maravilhando e intrigando. 46 00:05:57,000 --> 00:06:03,000 Você também pode experimentar a técnica e criar suas próprias imagens, simplesmente procurando na internet por "FITS Liberator". 47 00:06:03,000 --> 00:06:06,000 Eu sou Dr. J, despedindo-me de Hubblecast. 48 00:06:06,000 --> 00:06:10,000 Mais uma vez a natureza nos surpreende além de nossa mais vívida imaginação... 49 00:06:11,000 --> 00:06:17,000 Hubblecast é produzido pelo ESA/Hubble no European Southern Observatory, na Alemanha. 50 00:06:17,000 --> 00:06:23,000 A missão Hubble é um projeto de cooperação internacional entre a NASA e a European Space Agency.